Segundo o Ministério da Agricultura, a safra de grãos deste ano deve chegar a 271 milhões de toneladas. Por outro lado, pesquisa da Rede Penssan apontou que 33 milhões de brasileiros estão passando fome e 125 milhões estão em condição de insegurança alimentar. A alta de preços acumulada nos 12 últimos meses foi 11,73% ; a taxa de juro mínima, 12,75%. Alimentação acumulou 13,51%; combustíveis e gás, 29,56%; transporte público, 17,43%. Segundo o Instituto VoxPopuli, em 2018, 5,8% dos brasileiros eram famintos, em 2019, 9%; em 2022, 15,5%. O desemprego de quem ainda procura emprego é 10,5%.
A fome no Brasil voltou aos patamares registrados em 1990: 33 milhões de pessoas não têm o que comer, sendo 14 milhões a mais do que no ano passado. A pesquisa do Pnad Contínua do IBGE indicou que a renda mensal per capita domiciliar em 2021 foi $ 1.353, a menor desde 2012. Essa queda é percebida também à apropriação de renda: brasileiros que fazem parte do 1% com maiores rendimentos recebe, em média, 38 vezes mais que a metade da população. A desigualdade aumentou em todas as regiões do Brasil. De 2020 a 2021, 5% mais pobres viram o rendimento médio domiciliar recuar de $ 59 para $39 por mês.
Políticas públicas de combate à pobreza e à miséria que entre 2003 e 2014 reduziram a fome para 4,2% nas residências e que hoje, neste governo, medidas são isoladas e insuficientes diante do cenário de juro e inflação altos, principalmente de alimentação, queda de renda dos trabalhadores e inflação. O Brasil voltou a ser assombrado pelo espectro da fome em escala assustadora, porque o povo que passa fome é igual à somatória das populações de Portugal, Suécia e Bélgica. O governo abandonou seus cidadãos a própria sorte e demonstram não estarem interessados no bem-estar geral.
Segundo a Constituição de 1988, artigo 1º, parágrafo III, um dos objetivos da República é a erradicação de pobreza e marginalização, e redução de desigualdades sociais e regionais. No artigo 6º, diz que a alimentação é direito social. O governo só está focado na reeleição e não às necessidades do país, deixando a nefasta herança: a fome – ataque ao direito fundamental às necessidades mais básicas. Fome parecia flagelo do passado, mas hoje lares com crianças sofrem mais, assim como aqueles comandados só por mulheres.
Ao invés de atacar democracia, urnas eletrônicas, inimigos inexistentes e perder tempo e recursos em motociatas, ocorridas até em Orlando, EUA, poderia consolidar esforços para evitar tal calamidade e deixar as pessoas viverem dignamente sem passar fome. Pessoas têm vergonha de passar fome; e devemos ter vergonha porque as deixamos passar fome. Quem tiver consciência e se sentir brasileiro deve se esforças para mudar esta situação terrível.